sexta-feira, 5 de maio de 2017

Ter algo em troca

Recentemente li sobre algumas espécies de Chimpanzés, que se agrediram por questões territoriais, beirando a escatologia e o ostracismo, seguido de assassinato para reprimir um dito tirano nas relações entre os membros da comunidade. Comportamento muito incomum entre os símios, que em geral são pacíficos entre si, com uma ou outra desavença que leve a morte.

Por um outro lado, esse modelo se repete quase que instantaneamente entre os símios do gênero Homo. Em particular gostaria de colocar uma consideração temporal.

Tempo sim, quando se afasta alguém de determinada sociedade o que se quer tirar é o seu tempo, as prisões, o isolamento, a função é clara, sendo a pena capital a forma de tirar todos os minutos restantes a esse ser. Talvez não tenhamos em conta que nosso bem mais precioso realmente é o tempo.

Particularmente gosto de comparar nosso sistema financeiro a um grande Cassino, os meros mortais são apostadores, as regras dos jogos são o Estado, seja um BlackJack ou um jogo de Roleta, o Estado é Casual, mas as regras favorecem a banca, ou quem tem mais cacife pra apostar.

As grandes empresas e empresários são justamente esses jogadores com mais recursos, que sempre dão um jeito de rapar a banca, seja legalmente ou ilegalmente...
E por fim, a banca são os políticos, os juízes e promotores, os quatro poderes, e por que não incluir a mídia nesse jogo nefasto. Os funcionários do Cassino são os professores, os médicos, os policiais. Terceirizados, facilmente substituíveis. O Estado é uma empresa, mas um bom Cassino nunca quebra. Sem ele você só tem cassinos particulares, que repetem os mesmos jogos.

Enquanto isso alguns macacos jogam as avessas, buscam culpados. O Estado, o Livre Mercado, sendo que o dinheiro é um só, mas o tempo gasto nas mesas, esse não tem mais volta. Seja na sorte de achar um escaravelho dourado, ou quem sabe na próxima vez.

Quando falamos em capital, pensamos em cabeças, volte ao caput do texto. Talvez precisemos trocar mais tempo, não há diferença no tempo já passado. O custo pode variar, mas a hora de ninguém volta atrás. Felizmente é possível acreditar em outras formas, se o tempo vale o mesmo para todos, você pode trocar sua hora por uma hora, parar de vender horas passadas, e vender horas futuras. O objetivo, ter mais alunos e poder trocar mais horas, usar o tempo que nos resta.

Talvez os macacos buscaram um tirano, e o encontraram. Mas quem o criou foi a sua própria sociedade.

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