domingo, 1 de novembro de 2009

Pergunta ao SexxxChurch


Ainda aguardando alguma resposta, compactuo desse texto. Tentei ser mais formal e breve, portanto suficientemente sintético.


Ainda vejo que a crítica a masturbação está fora do contexto bíblico. Não encontro um fragmento que explicite que tal prática é realmente um crime canônico, mas de qualquer forma uma coisa que o próprio cânone religioso excluí é um fator direto, biológico: não é só pensando em sexo que um homem ou mulher podem se masturbar, alcançando ou não o orgasmo, inclusive existem disfunções eréteis que fazem com que o indivíduo tenha um orgasmo ou ejaculação sem mesmo poder evitar tal ato. Teimo em usar a palavra prazer para "prazer sexual" pois tal fenômeno é puramente biológico e digo com certeza que é possível sim se masturbar sem pensar em sexo, sem precisar de uma imagem pornográfica. Eu mesmo fui altamente precoce e não tinha menor idéia do que fosse sexo ou masturbação. Quando a praticava não diria que o estímulo era só mental, pelo contrário, era físico ao passo que sentia fluir o sangue, as proteínas, em outras palavras sentir-me bem sem pensar nem mesmo em relação a dois ou sem mesmo saber o que era sexo.

Não só no meu caso é notório tanto no caso de meninos e meninas pré-púberes de diversas nacionalidades e religiões o manuseio da genitália (inclusive em bebês) sem nenhum conhecimento explícito de uma relação sexual. Esse é o caso de algumas sociedades nas quais a mídia ainda não divulgou plenamente o erotismo, a pornografia ou ideais similares. Para não falar de meninos perdidos que experimentam do mesmo feito e também não é preciso citar os símios que, por conseguinte, também se masturbam seguindo a mesma lógica, até mesmo quando criados em cativeiro e sozinhos assim como outros animais como aves, répteis, e tantos outros mamíferos que consideramos menos evoluídos inclusive por exercerem essa prática.
Minha pergunta é clara, a igreja critica e condena a masturbação sem nenhum detalhe explícito e relaciona essa diretamente a pornografia, ao prazer libidinoso em evitar a união com outra pessoa, ao infrigimento do corpo de Deus. Tendo em vista os benefícios biológicos que esse tipo de prática causa e a presença dela em diversos animais sem usar de referência sexual, o que prevê uma grande capacidade cognitiva, não seria essa prática tão natural quanto as necessidades fisiológicas de um indivíduo, por quê masturbação é definida sexo ou prazer e não uma necessidade fisiológica?

É normal inclusive não sentir orgasmo mesmo após uma ejaculação, orgasmo que seria definido como "prazer sexual" não pode ser algo absoluto e inerente a toda relação sexual e muito menos ao cumprimento de uma necessidade fisiológica. Concluindo, ficar sem masturbar-se além de aumentar estresse e risco de doenças pode aumentar a chance de obter-se um orgasmo durante a noite, em uma atividade não sexual. Ressalto, sonho molhado não precisa de ter conotação sexual pois também é mais do que normal em pré-púberes e pessoas que não tem nenhum contato com essa necessidade fisiológica.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ter um filho


Sempre julgamos os animais como irresponsáveis, como seres que não podem responder pelos seus atos. O principal problema da humanidade se apresenta por conta da fome mundial, mas é bem simples de resolver, basta seguir nossos instintos ou melhor, nossos exemplos de instintos.

Numa sociedade patriarcal, em qualquer tipo de primata, existe um controle de natalidade definido pelo macho alfa, aquele que reproduz todas as fêmeas.

Nossa sociedade não tem mais machos alfas, nosso controle de natalidade não é definido por quem realiza o coito em várias ou em só uma fêmea, mas por todo um sistema que vende essa idéia, ou seja, que somos sociedades diferentes compostas por diferentes espécies de primatas.

Fato, a maior parte dos primatas é controlada por um macho alfa, mas temos que observar o caso do particular dos Chimpanzés Bonbos, criaturas que partilham do nosso DNA em 98% (a espécie mais próxima ao ser-humano) e que tem uma hierarquia social (dominada por fêmeas) e uma conduta sexual baseada não em quem tem mais força, mas em quem pode ser útil pra comunidade no intuito de boa fertilização, diversão, etcs.

De maneira nenhuma são criaturas reprimidas sexualmente, pelo contrário são o exemplo mais claro de como o sexo “selvagem” até certo ponto pode ser benéfico pra controlar doenças, problemas de estresse, dentre outras moléstias. A afirmação “sexo faz bem” não está de todo equivocada, mas é óbvio que a falta de pode fazer muito mal. Não estou, entretanto, restrigindo a definição de sexo somente para a relação sexual, existem várias formas de atingir-se ao orgasmo que não pela penetração, esses nossos parentes partilham dessa idéia.

Falemos então desses problemas: consideramos a masturbação uma das coisas mais primitivas do ser – humano, assim como as orgias e outra perversões sexuais: o beijo, o sexo oral, anal, etc. Se analisarmos os primatas mais evoluídos, não só os chimpanzés como os próprios humanos, percebe-se que tais práticas são mais do que comuns, mas, ao menos no nosso caso, não totalmente aceitas pelo bando dos animais. O homossexualismo e outros fetiches não se restringem só aos primatas, mas a uma grande extensão de outros mamíferos que consideramos (e biologicamente são) muito inteligentes.

Não é uma questão de “prazer sexual”, libido ou luxúria, é uma questão de necessidade biológica, é um simples estímulo como dançar, escrever, ou até sentir-se feliz por ter rezado a missa. Orgasmo não é só sexual, no limite, o termo “prazer” nunca é o mesmo, é uma diversa liberação de hormônios, endorfinas e cargas elétricas, essas, não só positivas ou negativas, mas (desde que não em excesso) realmente benéficas. Necessitamos ser sexualmente ativos, ou ao menos masturbarmo-nos, para evitar diversos tipos de moléstias, sexo não é só um agente tranquilizante, pelo contrário, pode ativar nossa memória, nossa inteligência.

O que fazer então? Muito simples, uma reformulação do nosso sistema de machos alfas, um sistema onde são permitidas as perversões, a nudez, a pornografia e não um sistema falho em que a censura deixa livre todo tipo de violência muitas vezes causas pela falta dessas “perversões”. São essas filias, esse amor infecundo, que nos definem evoluídos e capazes de entender que não é necessário ser como um vírus, espalhando-se sem saber quais são as conseqüências, destruindo nosso hospedeiro: Terra. Ou ao menos isso é o que nossos primos de alguma forma conseguem demonstrar.

Claro, não proponho eleger um super-homem que dissemine seu sêmen nas fêmeas mais adaptadas. Querendo ou não, somos um tipo de símio evoluído, já somos um super-homem altamente selecionado. A escolha não é a de fazer sexo, mas, se nos responsabilizarmos por ou criarmos uma vida, teremos que arcar com ela. Aqueles que dizem que devemos evitar a perda do sêmen que pague essa enorme dívida que tem com a sociedade, pois a primeira vida que somos responsáveis é a nossa própria, mas antes de nós são também nossos pais por terem colocados pessoas no mundo formando nossa, até então privada, micro-sociedade.

Digo que para tal tipo de convivência não é preciso acreditar em um Deus, em um criador (que não da própria consciência de cada um), mas que estávamos em harmonia até que alguém usou dessa artimanha para transformar-se no macho-alfa de toda a sociedade, seja em figura religiosa ou política. Obviamente, essas ideologias e burocracias podem conviver harmoniosamente, mas se inicialmente (ao menos a maior parte das religiões) pregavam a igualdade e a resolução de variados problemas de uma certa sociedade diferentemente da política (definida por um macho-alfa), por quê invertemos esse papel? Por que não pudemos também evoluir essas religiões ou políticas? Por que em qualquer um desses dois Sóis alguém se proclamou macho-alfa e paramos de evoluir essas políticas ou religiões?

Temos medo de evoluir mentalmente pois consideramos ser os primeiros a fazê-lo, mas somos uma pequena parte de quem já tentou, uma parte migrante e tentando usar visão Raio-x ou falar como Zoroastro.

É, talvez sejamos gorilas mesmo, gorilas super evoluídos, pois os chimpanzés pensariam diferente de tal situação restritiva. Pobre gorilas… Lembremos que gorilas não migram, mas como qualquer bom primata os parceiros de reprodução podem trocar de bandos melhorando sua qualidade de vida e por consequencia sua imunidade genética.

Talvez não sejamos mais gorilas, nem chimpanzés, não queremos ser. A grande pergunta que fica, é, talvez seja o processo de migração que nos fez evoluir, claro. Instintivamente não queríamos deixar de ser como éramos antes, será difícil de voltar, mas jamais involuíremos nesse sentido, só resgataremos todo um conceito que achávamos ter perdido. O processo de migração criou mais diferenças étnicas e estruturais do que neurológicas, ainda bem, mais fácil de trabalhar com esse tipo de processo pois não somos divididos em homo sapiens sapiens, homo sapiens gracilis, homo sapiens robustus, etcs. A sugestão não é a de buscar o máximo em outros lugares, mas podemos nos estabelecer em certos lugares e de vez em quando jogar na loteria genética de outros países.

Em abril corriam boatos de uma possível gripe fatal pra esses animais (e talvez destrututiva para o homem), engraçado, a gripe suína chegou primeiro, coincidência inevitável ou tem algo a ver com a “migração obrigatória” dos “porcos chovinistas”?

Não temos que levar ao extremo, não temos que interagir com esses animais, mas seguir seu exemplo na nossa sociedade: estaria errado ou persuadido o primeiro homem que contraiu e disseminou a AIDS nesse século? Não esqueçamos, já existia quem fosse imune.

Melhoras,

Grurmio

Fonte:

www.unicamp.br

http://blogs.discovermagazine.com/loom/2009/04/page/2/

Comédia – Dante Alighieri